Por algumas horas a energia elétrica faltou, o silêncio que aqui pairava só não era maior, porque a chuva lá fora chorou intensamente.
Recebi um telefonema que já espera era o socorro de um pedido concedido, que fiz logo pela manhã.
A vida tá difícil e a gente ás vezes não dá conta de tudo só. E imaginar que trabalhou quase uma vida inteira e ás vezes lhe falta tudo até mesmo ânimo para continuar, pode ser que seja o cansaço de tentar e se deparar com um mundo frio, cheio de contradições em suas verdades, nas atitudes e tão desigual.
Mas, existe algo que é maior que eu, que não me deixa cair sobre esse mar de descontentamento e desilusão, porque de alguma forma sou aparada pela luz esperançosa da vida existencial.
Agora estou aqui, a chuva ainda cai lá fora e o frio traz a sensação de um outono gélido e anuviado.
Senti uma grande vontade de escrever, talvez porque isso me mantêm acolhida dentro de mim e neste momento a inspiração se revela , ou quem sabe foi para isso que nasci.
Agora fecho os meus olhos e aquele frio outonal é aquecido por sentimentos cálidos que emanam ao meu redor, dispersando para longe tudo que a poucos me deixou tristonha.
Os problemas e preocupações não desapareceram, mas neste instante eles não são maiores que eu. Porque ainda existe uma luz que me guia, e sou abençoada por aqueles que me amam.
Em um momento repentino eu me sentia como aquela chuva de cor marrom imundando tudo, mas na mesma hora toda aquela água mal cheirosa eu a coloquei para fora e tudo a minha volta agora está límpido e paira no ar, só um frescor gélido de um outono anuviado do qual em algum momento dará lugar a novas aspirações da vida.
Quem sou eu no meio disso tudo: Alguém que ainda consegue enxergar com esperança e amor a vida.
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